O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O encontro acontece em meio a uma disputa entre o governo e o Congresso, em uma semana em que lideranças ligadas a Lula esperam novas derrotas com a derrubada de vetos presidenciais pelos parlamentares.

No evento realizado ontem, Lula cobrou publicamente a participação de quatro de seus principais ministros na articulação política. Até mesmo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi intimado a ser "mais ágil" no diálogo com deputados e senadores.

Essa não foi a primeira vez que o presidente repreendeu os chefes de pastas desde o início de seu governo. Em outras ocasiões, ele já afirmou que deseja uma maior divulgação das ações do governo federal pelos integrantes da Esplanada, exigiu que os ministros viajem mais pelo país e proibiu "ideias novas" do alto escalão.

Os ministros devem "passar uma parte do tempo conversando" com os parlamentares

Lula ainda afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve ler menos e estar mais presente no Congresso. Ele também apontou que os ministros Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e Rui Costa, da Casa Civil, devem "passar uma parte do tempo conversando" com os parlamentares.

O ministro Paulo Pimenta reclamou da repercussão das cobranças

No início do café da manhã desta terça-feira, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, criticou a repercussão das cobranças de Lula aos seus subordinados. Segundo Pimenta, as cobranças do presidente foram meras brincadeiras.

Pimenta reclamou do destaque dado às falas de Lula, enquanto o governo enfrenta uma crise com o Congresso causada pela dificuldade de comunicação dos ministros com os parlamentares. Para ele, a notícia deveria se concentrar exclusivamente no lançamento do programa de microcrédito "Acredita".

Lula defendeu que "se não quisermos manchetes negativas, o governo não pode dar motivo para manchetes". Ele destacou o programa "Acredita", que considera o "mais importante programa de crédito e microcrédito deste país em 500 anos de história".

Lula minimiza avaliação negativa do governo em pesquisas

O presidente minimizou os resultados negativos obtidos pelo governo em pesquisas de opinião divulgadas nos primeiros quatro meses deste ano. Segundo Lula, "um político que se preocupa com pesquisas no início de seu mandato não está preparado para ser político".

Para ele, é normal que as expectativas não atendidas gerem um mau humor na sociedade quando uma pesquisa é divulgada no primeiro ano de mandato. No entanto, Lula afirma que isso não o incomoda, pois ele sabe o que está sendo feito.

Em resumo, o café da manhã com jornalistas foi marcado pela cobrança de Lula aos seus ministros e pela reação do ministro da Comunicação Social, que criticou a repercussão das cobranças. Lula minimizou a avaliação negativa do governo em pesquisas e defendeu seu programa de microcrédito. Fica claro que o governo enfrenta dificuldades na comunicação com o Congresso, e Lula busca maneiras de melhorar essa interlocução.

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