Podemos reavaliar direção para o Brasil Se não houver melhora fiscal, diz vice-presidente da Moody’s

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A agência de classificação de risco Moody’s melhorou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva, motivada pela trajetória de crescimento da economia e pela expectativa de um desenho mais positivo das contas públicas. No entanto, a vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, alerta que mais do que metas fiscais ambiciosas para os próximos anos, o que importa é a direção, o compromisso com o arcabouço fiscal, que ainda não foi capaz de convencer o mercado.

A Moody's mudou a perspectiva do Brasil para positiva porque?

Segundo a vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, a mudança foi motivada pela trajetória de crescimento da economia e pela expectativa de um desenho mais positivo das contas públicas. Ela destacou que o principal gatilho é que já se vê um reforço no perfil de crédito por causa do desempenho do crescimento, que será mais fraco este ano do que no ano passado, mas vê-se uma dinâmica de expansão diferente do período pré-pandemia.

Mas o Brasil crescerá menos neste ano?

Sim, segundo Maziad, o Brasil crescerá menos neste ano quando comparado aos anos pré-pandemia, mas há uma dinâmica de expansão diferente do período pré-pandemia. Eles preveem uma expansão de 2% neste ano e isso é um indicativo de melhora no perfil de crédito. Eles esperam que isso continue.

Mas, recentemente, o governo mudou as suas metas fiscais e anunciou alvos menos ambiciosos para os próximos anos. Qual a visão da Moody's sobre essa revisão?

A Moody’s vê uma melhoria na trajetória fiscal e baseia seu cenário em uma consolidação fiscal gradual. Mas, mais do que metas fiscais ambiciosas, o que importa é a direção, o compromisso com o arcabouço fiscal, que ainda precisa de algum trabalho, porque o mercado não está alinhado com as previsões do governo. A revisão nas metas fiscais cria ruído e dúvidas sobre o risco de novas revisões. O quadro fiscal ainda é desafiador e será necessário medidas adicionais para alcançar a meta em 2025.

Quais as reformas mais importantes, segundo a Moody's?

A Moody’s destacou que o foco principal atualmente é a sustentabilidade fiscal, que apoiará um menor prêmio de risco. As medidas que apoiam a transição energética e atraem investimentos em energia limpa serão importantes para as perspectivas de crescimento a médio prazo, o que é realmente um fator-chave na melhoria da perspectiva do rating do Brasil.

Um rating mais alto dependerá do caminho fiscal, de modo que essa questão ainda terá de ser respondida, mas ainda levará algum tempo antes que possamos falar sobre outro movimento positivo. O Brasil está dois degraus abaixo do grau de investimento pela Moody’s.

No geral, a Moody’s vê como desafiador o quadro fiscal no Brasil, mas acredita que o crescimento da economia e a consolidação fiscal gradual são fatores que contribuem para uma perspectiva positiva. Ainda é necessário mostrar compromisso e direção com o arcabouço fiscal para convencer o mercado.

Por fim, a Moody’s destacou que a posição da política monetária no Brasil pode ser influenciada pelos juros globais, mas o mais importante, que impulsiona o prêmio de risco e os custos dos empréstimos para o governo, é a incerteza em torno da trajetória fiscal.

Foto: Moody's/Divulgação

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